Único animal selvagem que tem a caça autorizada no Brasil causa problemas ambientais em vários Estados
A população do javali europeu continua aumentando, apesar do abate para controle ser autorizado desde 2013. Considerada exótica e invasora, a espécie tornou-se uma praga. No Estado de São Paulo, o rebanho estimado é de cinco mil animais.
Em quase todas as regiões de São Paulo, há relatos de ataques dos javalis. Porcos selvagens já foram vistos na área urbana de Monte Azul Paulista, região de Ribeirão Preto.
Apesar dos agricultores instalarem cercas elétricas em pomares, hortas e plantações de mandioca, os porcos passaram a atacar plantações de milho, que não há como cercar. Uma área de 36 hectares de amendoim foi devastada.
Em todo o Brasil, 7 mil pessoas se cadastraram para abater javalis, mas nem todas exercem a atividade, informa o Ibama. O abate chegou a 583 espécimes em 2013, 105 no Estado de São Paulo. O órgão ainda não compilou os dados de 2014 e 2015.
O número de animais abatidos parece estar aquém da capacidade de reprodução da espécie. Por ano,a fêmea do javali pode ter duas crias, com até seis filhotes. Essa reprodução supera a de porcos silvestres como o cateto e a queixada, com caça e abate proibidos.
Pela norma atual, quem abate o javali não pode comercializar a carne, nem é remunerado. Entre as mudanças pedidas ao Ibama está o aumento na validade do certificado de registro ambiental de três meses para um ano.
A validade da guia de tráfego das armas de caça, fornecida pelo Exército, deve ser compatível com a do registro ambiental.
Os caçadores querem autorização para usar o calibre 38, mais comum e de menor custo. Também não são permitidas armadilhas de caça.
De acordo com o Ibama, as mudanças estão sendo analisadas e serão efetivadas, se necessárias. Não há levantamento da população desses animais no País.